Desistir não é opção - Resenha crítica - Camila Farani
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Desistir não é opção - resenha crítica

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Startups & Empreendedorismo

Este microbook é uma resenha crítica da obra: 

Disponível para: Leitura online, leitura nos nossos aplicativos móveis para iPhone/Android e envio em PDF/EPUB/MOBI para o Amazon Kindle.

ISBN: 978-6555440942

Editora: Gente

Resenha crítica

Inquietude crônica

Para desenvolver um bom negócio, não é preciso, de acordo com a autora, ser a primeira pessoa a ter a ideia. Com efeito, o universo do empreendedorismo comprova que nem sempre o pioneirismo é sinônimo de sucesso.

Isto é, ser o pioneiro de algo pode conferir mais chances a um empreendimento, porém, não é garantia de êxito. Para ilustrar, Farani recorre à história do Uber.

Ele não foi, de modo algum, o primeiro app voltado à mobilidade urbana. Antes dele, surgiram várias iniciativas que foram responsáveis, diretamente, pela abertura desse mercado.

Se você mora no Rio de Janeiro, por exemplo, é provável que se lembre de um aplicativo chamado “Resolve Aí”. No entanto, a maioria dos clientes do Uber certamente nem chegou a conhecê-lo.

Esses aplicativos que vieram primeiro são os pioneiros. Todavia, aqueles que os sucederam aprimoraram a usabilidade e a tecnologia. Foi necessário que alguém desse início a um movimento inovador, mas, foram outros que conquistaram, efetivamente, os consumidores.

Para entrar em um segmento já existente no mercado e criar uma cultura, é indispensável ter atitude e ser, antes de mais nada, profundamente inquieto. Ninguém imaginaria, há poucos anos, utilizar um aplicativo do celular para chamar um táxi, não é mesmo?

Não há para onde fugir

Considere as amplas mudanças ocasionadas pelo surgimento, no mercado, de novas tecnologias, novas regras, tendências, leis, formas de comunicação, de informação, de posicionamento individual e profissional etc.

Se você olhar para o passado recente, perceberá com clareza como o cenário transformou-se e vem se alterando em velocidade crescente. Portanto, a autora enfatiza que mudanças mais acentuadas ainda estão por vir.

Não tenha dúvidas dessa afirmação, pois, desde os primeiros meses de 2020, o mundo inteiro entrou em tensão, convivendo com incertezas e os efeitos da pandemia do novo coronavírus (COVID-19).

Assim, não há como negar a dimensão e a força das mudanças que estão deixando marcas profundas na sociedade e, perceptivelmente, em todas as interações humanas.

Já que não há para onde fugir, você deve se preparar para essas novidades, adequando o seu negócio para uma nova época de grandes desafios e oportunidades.

Em outras palavras, os empreendedores, de modo geral, devem se ocupar com a ampliação de seus negócios, de tal forma que eles permaneçam relevantes sem, para tanto, perder o controle das pessoas envolvidas, do tempo investido e, sobretudo, dos recursos financeiros disponíveis.

3 erros fatais ao empreender

Em um contexto de mudanças tão profundas como o atual, devemos encontrar estratégias capazes de gerar o máximo destaque possível àquilo que entregamos.

Dessa forma, para conseguir avançar, você deve se certificar que a sua empresa está blindada dos erros mais frequentes cometidos por gestores e empreendedores, principalmente, nos estágios iniciais. São eles: subestimar sua capacidade de entrega, não avaliar adequadamente o modelo de preço e custo e, por fim, manter-se na informalidade.

Cultura da informalidade

Segundo Farani, essa cultura é um dos elementos que mais prejudicam a rotina de muitos empreendedores. Muitas vezes, apresenta-se como a ideia equivocada de que é possível agir sem planejamento, estrutura ou metas.

Quando analisamos de perto as organizações que funcionam desse modo, é comum vislumbrar que o foco dos gestores está no fluxo de caixa, em detrimento de um ritmo bem resolvido de trabalho, que entrega resultados qualificados aos seus clientes.

Caso a sua ideia inicial não esteja alinhada a um modelo estruturado de negócios ou orientada para a superação de um problema, a partir de soluções que, de fato, atraiam seu público ideal, correrá o risco de enfrentar concorrentes mais bem preparados que, cedo ou tarde, lhe superarão.

O preço certo

Começar um negócio por oportunidade ou por necessidade é algo muito comum. Sempre partimos de nossas habilidades. Afinal, elas serão usadas na entrega dos serviços ou produtos que vamos comercializar.

Entretanto, nem sempre temos conhecimentos específicos acerca de gestão empresarial. A questão é que esse aprendizado tem de ser rápido e, ainda por cima, com as mãos na massa.

A própria autora, por exemplo, não fez nenhuma especialização em negócios ao começar sua carreira. Somente depois é que sentiu a necessidade de estudar sobre o empreendedorismo e outros assuntos, tais como as estratégias apropriadas para o desenvolvimento de plataformas digitais.

Dito de outra forma, essa nova empreitada demandará investimentos que não se restringem ao seu negócio, mas que dizem respeito a você. É essencial adquirir as competências necessárias para lidar bem com questões jurídicas, contábeis, logísticas, construção de equipes, recursos humanos, marketing, financeiras e administrativas.

Esse rol de conhecimentos lhe ajudará a superar uma das etapas mais complexas – e, via de regra, um grande erro dos empreendedores iniciantes: a hora de precificar as soluções que oferecem ao mercado.

Agora que chegamos na metade da leitura, além de conhecer melhor o terceiro erro fatal elencado por Farani, a importância de confiar em sua visão, de responsabilizar os colaboradores, seguir as etapas para o crescimento do negócio, dentre outros tópicos úteis.

Confie na sua visão

Certificar-se de cumprir todas as responsabilidades que você assumiu como empresário, estando apto a identificar e a aproveitar as oportunidades existentes no mercado, é vital para desenvolver uma estratégia sustentável para os seus negócios.

Tudo isso requer uma atitude corajosa. Por esse motivo, a autora nos convida a refletir acerca da relevância de não se subestimar. Quando escolhe perseguir o seu sonho de empreender, é natural que se depare com muitos receios.

Sua tarefa, porém, consiste em não se permitir paralisar pelo medo. Reconheça o que você sente, admita seus próprios temores. Confiar em sua visão implica em reconhecer os piores e os melhores cenários que podem sobrevir a cada situação.

É mais fácil planejar e se preparar adequadamente para superar qualquer adversidade que possa surgir. Acolha a insegurança – essa é a melhor tática para obter a tranquilidade necessária para encontrar as respostas certas.

Todos responsáveis

Entre os conceitos mais eficazes, como os adotados pelo Google, destaca-se a “accountability” (ou “responsabilização”, em tradução livre). Trata-se, em suma, de desenvolver um certo senso (coletivo ou individual) de responsabilidade pelos resultados obtidos pela empresa.

Isto é, todos os membros de uma equipe devem trabalhar em prol de uma única causa, qual seja, o crescimento da organização. Quando a empresa ganha, todo o time é, também, vencedor.

Segundo esse conceito, a melhoria contínua depende, em grande medida, de colocarmos cada um dos integrantes de nosso time como responsável por atingir cada meta, em detrimento de o considerarmos simplesmente “encarregado” por esta ou aquela atividade.

Partindo dessa lógica, os colaboradores não são meros executores; pelo contrário, passam a exercer as funções de planejadores, de gerentes das suas atribuições. Há muitos benefícios em adotar essa mudança de mentalidade.

O accountability, em paralelo, gera outro elemento crucial e muito distinto na cultura da maioria das startups: o conceito de “ownership” (um sentimento que pode ser descrito como “sentimento de posse” – também, em tradução livre).

Não pule etapas

Sendo um empreendedor, seu último desejo é desperdiçar recursos e tempo trazendo um serviço ou um produto desnecessário ao mercado, certo? Para impedir isso, é altamente recomendável desenvolver um trajeto cuidadosamente planejado.

Ou por outra, sem ter um excelente planejamento, não será possível saber se o negócio está buscando atingir o público correto, se o seu serviço ou produto está muito atrasado ou adiantado para os clientes em potencial e, inclusive, se o mercado está saturado com soluções parecidas.

Visando encontrar respostas para questionamentos tão importantes, você deve definir as suas estratégias de entrada no mercado. Farani explica que esse plano deverá detalhar como a sua empresa planejará a execução de um lançamento, a promoção bem-sucedida do serviço ou produto e, por fim, sua comercialização aos clientes.

O seu negócio pode utilizar uma estratégia desse tipo em várias situações, inclusive, para lançar novos serviços ou produtos, introduzir novidades ou relançar uma marca.

Nesse sentido, a estratégia contribuirá para que a sua empresa tenha clareza acerca dos motivos que a levam a lançar um determinado produto, entendendo o que ele é e criar um plano visando se envolver com os clientes, além de convencê-los a comprar.

O crescimento do negócio

Ao pensar em um negócio que seja escalável, visualizamos um empreendimento capaz de manter a qualidade e o nível de entrega enquanto a produção e a demanda crescem.

Logo, esse negócio pode ser expandido sem, para isso, comprometer seu funcionamento. Entre os indicadores da longevidade dos seus negócios, fique atento à escalabilidade, observando as seguintes características:

  • ser replicável: os processos operacionais devem ter a capacidade de se reproduzirem constantemente e, mesmo assim, gerarem receitas;
  • ser valioso: o resultado da soma entre especialização e oportunidade é, justamente, o que determina o valor da sua empresa. Se ela oferece um conhecimento único no mercado em que atua, será possível se diferenciar da concorrência, agregando mais valor aos serviços, produtos e processos;
  • ser ensinável: caso possa ensinar todos os seus processos aos colaboradores, você terá um excelente indício de que o crescimento cabe em seus planos.

Lembrar-se dessas características é importante, pois, além da escalabilidade ser um dos aspectos mais analisados pelos investidores, tal indicador demonstra o seu potencial de crescimento.

Será que você precisa de investimento?

Muitos empreendedores ficam em dúvida na hora de detectar a necessidade de investimentos. Desde uma perspectiva das startups focadas em tecnologia, por exemplo, eles devem considerar se desejam expandir os seus negócios.

Frequentemente, para ampliar globalmente a organização, será necessário dispor de uma certa reserva em caixa. Mesmo quando a empresa possui capital guardado, ela precisará de um ritmo mais acelerado de crescimento e, portanto, será preciso recorrer a fontes externas.

Antes de buscar investimentos, você deve verificar a seguinte possibilidade: nos primeiros momentos, o seu negócio poderá ficar com o caixa negativo, de modo que será inevitável contar com entradas de recursos provenientes de terceiros.

Não obstante, o caixa ficará positivo a longo prazo. Por conseguinte, tenha em mente que será necessário buscar investimentos apenas se você quer obter esse crescimento de uma forma mais rápida e efetiva. Caso contrário, não é indicado recorrer a investimentos.

Notas finais

Cumpre ressaltar, por fim, que, embora seja imprescindível dominar os números, é preciso ir além deles. Isto é, vá em busca dos seus clientes, ouvindo o que eles dizem e entendendo as suas principais dores.

Não venda serviços ou produtos: ofereça soluções. Lembre-se que o empreendedorismo é, também, uma forma de arte – exige grandes doses de estudo, treino, foco, dedicação e muita coragem.

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Quem escreveu o livro?

Camila Farani é uma empresária e investidora anjo brasileira, sendo a maior investidora deste segmento no Brasil. Farani também trabalha como co... (Leia mais)

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